Informação, conhecimento e cultura                                                                                                                                                                          

(cont.)

Isto é, os jovens, paulatinamente, estão a deixar de sonhar. Vão deixar de ir pelo Sonho, contrariando a Voz do poeta.
E claro que isso vai trazer repercussões, quer no que respeita o armazenamento de informação, processamento da mesma e consequente difusão - informação, conhecimento e cultura, respectivamente.

Até porque a forma como exercitamos o nosso cérebro, quando usamos a Internet é diferente do modo como o fazemos, quando lemos um livro, por exemplo. De acordo com um estudo pioneiro, realizado na Universidade da Califórnia sob orientação de Gary Small, e aplicado a dois grupos distintos - um que não utilizava a Internet e o outro que utilizava, concluiu-se que ambos os grupos utilizavam as mesmas áreas do cérebro, aquando da leitura de um livro. A grande diferença reside na pesquisa na Internet. Os utilizadores do Google demonstraram muito mais activação do cérebro, cerca do dobro do que quando liam um livro. No caso dos não utilizadores, não se registou nenhuma diferença entre ler um livro e navegar na Net*.
E não resisto a transcrever, também, a explicação que Gary Small dá para a existência dessa diferença:
Pesquisar online é uma experiência interactiva, temos de fazer mais escolhas do que quando lemos um livro. Nesse caso a única decisão é: "Devo ou não virar a página?" O cérebro é muito sensível aos diferentes estímulos e com a Internet exercitamos todas as áreas envolvidas na cognição, na memória e na linguagem.

Ora, tentando voltar ao tema, depois deste raciocínio, e tendo parado algumas vezes para tentar responder à questão inicial, começo a pensar se será mais importante saber distinguir os conceitos - informação, conhecimento e cultura - , se perceber as relações que estabelecem entre si... Relendo as participações dos colegas, todos os que os definem, fazem-no em cadeia, isto é, apresentam as várias definições sequencialmente. Gostei particularmente da objectividade do discurso da [ ].

Portanto, e seguindo esta linha de pensamento, não fará sentido distingui-los, na era digital. Até porque talvez seja mais importante estar atento aos efeitos que a tecnologia com as suas novas ferramentas irá provocar no homem - Os líderes do futuro vão ser os que dominam a tecnologia e ao mesmo tempo o contacto humano ( Gary Small). Veja-se o caso de Barack Obama, de acordo com Paulo Simões, um símbolo representativo da (Ciber)culturas e actualmente, o Presidente dos EUA.
Mas tenho de ler mais.

*"Usar a Net activa mais o cérebro do que ler um livro", Entrevista a Gary Small, pp 30 - 32, Sábado, 25 de Janeiro 2009