ESR-MPEL09 - Atividade 2 | Em busca de uma definição de "cibercultura"
DESCRIÇÃO
Participação em Fórum - No segundo Fórum, foi-nos pedido que reflectíssemos e discutíssemos sobre a dimensão cultural da sociedade em rede.
Referências - "Sociedade em Rede", Cap. 5 de Manuel Castells e "A Cultura na Sociedade em Rede", por Pedro Abrantes.
Relações complexas
(cont.)
E à ideia de que as culturas se diluíram de Pedro Abrantes, perdendo, portanto, identidade, na meta-rede de Castells, as funções não essenciais são ignoradas , sendo os grupos sociais subordinados e os territórios desvalorizados ("espaço dos lugares") .
Assim, subsiste a ideia de haver uma força dominante que se sobrepõe. São, segundo Pedro Abrantes, os centros que "impõem o seu modelo cultural às periferias"; de acordo com Castells, a "forma fundamental de dominação da nossa sociedade baseia-se na capacidade organizacional da elite dominante, que segue de mãos dadas com a sua capacidade de desorganizar os grupos da sociedade..." (pág. 540) E é a partir destas novas relações, onde conhecimento e imaginação se instituem poderes (Pedro Abrantes) que emerge uma nova forma de exercer o poder, com base na informação e cultura.
O espaço através do qual essa informação circula deixou de ser físico. A internet permite a globalização e, segundo Castells, o poder tem medo da internet: "...os poderes têm medo da Internet. Estive em não sei quantas comissões assessoras de governos e instituições internacionais nos últimos 15 anos, e a primeira pergunta que os governos sempre fazem é: como podemos controlar a Internet? A resposta é sempre a mesma: não podem. Pode haver vigilância, mas não controle." Mas podem. Veja -se o caso da China, por exemplo.
Sem conseguir fundamentar, para já, com elementos textuais conclusivos, começo a sentir que a visão de Castells da sociedade em rede é demasiado optimista. Isto é, despe-se quase do factor humano com vista a defender as suas virtualidades. Acontece que por detrás de qualquer computador está um homem, uma mulher, um jovem, uma criança. E, fazendo fé das palavras de Schopenhauer, em Sobre o Sofrimento do Mundo, o alvo imediato e directo do homem é o sofrimento, isto porque, "...é absurdo pensar que as infindáveis aflições de que o mundo está cheio e que emergem da necessidade e da angústia próprias da vida, sejam sem sentido e puramente acidentais. "
Claro que não subscrevo o pessimismo de Schopenhauer, mas para já, parece-me ser a melhor forma de equilibrar o que vou apreendendo.