A internet abriu portas a um admirável mundo novo… Mas, estará, de facto, a dar origem a novas formas de interacção e de associação entre as pessoas? Se sim, quais são essas novas formas? Entrarão em conflito (ou em articulação) com as anteriores?

De que a internet abriu portas a um novo mundo, ou pelo menos a uma nova forma de ver e de enformar o mundo, não restam grandes dúvidas… já a sua , retomando a obra de Aldous Huxley, Brave New World, remete necessariamente para o seu carácter polémico, até porque a utopia (ou distopia dependendo da perspectiva) que descreve só é possível graças à “soma”, droga que entorpece os habitantes desse “hipotético futuro onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com as leis e regras sociais, dentro de uma sociedade organizada por castas”. Mas a palavra inserida no contexto da problematização não pode deixar de despertar para o paralelismo entre as utopias e distopias do mundo real e a sua transposição para o mundo virtual, de que a internet é o veículo, mas também o meio almejado à sua concretização.
Assim, o uso das novas tecnologia renovariam o exercício da participação política. Essa seria a utopia. Desapareceriam constrangimentos de espaço e de tempo; haveria cidadãos mais informados devido, não só à informação disponível como à possibilidade dos próprios cidadãos se poderem tornar produtores de informação dispensando mediadores que, independentemente do seu tipo poderiam distorcer os seus interesses. Haveria, também, a possibilidade de uma maior interacção multinacional: com os governantes, através da criação de comunidades locais ou de interesses que através da organização de acções colectivas pudessem pressionar os poderes instituídos.
Para os defensores destas novas formas de estar em sociedade, as TIC revigorarão a participação cívica/politica, uma vez que permitirão que os cidadãos fiquem cada vez mais envolvidos no debate político e na participação nas tomadas de decisão e isso melhorará a comunicação entre governantes e governados.
Para os cibercépticos, as TIC reforçarão velhas desigualdades no que respeita ao acesso à informação e à participação política.

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