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ESR-MPEL09 - Atividade 3 Explorar, em pequenos grupos, dimensões da sociedade em rede"

DESCRIÇÃO                                                                                                                                                                                                                  
Participação em Fórum -  construção de uma reflexão colectiva acerca da dimensão política da sociedade em rede, explorando novas formas de poder e de cidadania.
 
Democracia digital

A apropriação da Internet pode situar-se de forma conservadora, perpetuando práticas que decorrem quando esta se encontrava pré-constituída. Aponte-se o caso de quem constrói uma página pessoal centrada na identidade individual e sem partilha de interesses na rede ou as páginas on-line de instituições públicas, substituindo a informação em suporte tradicional.

Assim, a Internet é apropriada de formas diferentes por pessoas/instituições e estudos recentes apontam para o carácter de transição ou de afirmação de uma sociedade informacional dependendo de variáveis como a geração ou a educação.

Enquanto sociedades como a norte-americana ou a finlandesa são apontadas como um exemplo de sociedade informacional – sociedades dinâmicas, competitivas, com empresas produtivas e inovadoras -, já Portugal pode ser um exemplo de uma sociedade em transição para uma sociedade em rede, em transição para o modelo informacional.
Castells e Himanen (2002) definem sociedade informacional como aquela que possui “uma sólida tecnologia de informação – infra-estrutura, produção e conhecimento”. Numa sociedade informacional, o investimento em tecnologias de informação projecta-se não apenas nas chamadas empresas tecnológicas, mas é ampliado por todas as empresas que ampliam esse saber, a utilização desses meios tecnológicos, para atingir os seus objectivos estratégicos ou financeiros. O triunfo destas empresas advém das competências dos seus quadros para criar e inovar.

A propósito das possíveis diferenças acerca da participação política digital, as teses mais optimistas, sustentadas pelo determinismo tecnológico, advogam que se assiste a um alargamento da participação política possibilitada ,não só pelo "apagamento" das desigualdades sociais ( via recurso ao anonimato), como também por uma comunicação menos hierarquizada e pelo desaparecimento dos constrangimentos do espaço e do tempo. Dijk (2000b), aparentemente mais realista, considera, no entanto, que na participação política digital se registarão as mesmas tendências que na política tradicional.

Outro factor que “condiciona” a democracia digital, está relacionado com a forma de funcionamento dos media. Os media de grande audiência, estão ligados a grandes grupos, estes, por sua vez controlam o sector da comunicação, logo, haverá uma tendência em disponibilizar os mesmos conteúdos nos diferentes media que detêm. Desta forma, a utilização das TIC não encontra grande interesse junto dos políticos, pois não são estas (TIC) que vão levar a mensagem à maioria dos cidadãos.

Finalmente, temos as políticas governativas actuais, que privilegiam o e-governent em detrimento do e-democracy, ou seja, há um investimento (público e privado) na implantação das TIC, mas este investimento é meramente económico, estando direccionado para a prestação de serviços, funcionando apenas num sentido, desvalorizando o envolvimento directo do cidadão na tomada de decisões políticas.

Gustavo Cardoso aponta diversos constrangimentos para a participação dos cidadãos nos modelos de desenvolvimento informacional, sistematizando três variáveis e que sintetizam as nossas referências anteriores: 
- grau de confiança pública nos políticos;

- reduzida “participação política não convencional” – que é comum nos EU através da acção directa dos cidadãos;

- grau de “confiança nos outros” materializado através da participação em associações.

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