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ESR-MPEL09 - Atividade 3 Explorar, em pequenos grupos, dimensões da sociedade em rede"

DESCRIÇÃO                                                                                                                                                                                                                  
Participação em Fórum -  construção de uma reflexão colectiva acerca da dimensão política da sociedade em rede, explorando novas formas de poder e de cidadania.
 
Redes sociais e o poder - um exemplo

A propósito das próximas eleições legislativas tem sido veiculado pelos meios de comunicação social a informação de que José Sócrates pretende, na sua campanha, seguir o exemplo de Obama.

Este anúncio, quando está a decorrer a campanha eleitoral para as eleições europeias, faz suspeitar se o objectivo será, de facto, levar os cidadãos a participar. Já que esse deveria ser o objectivo essencial de quem usa as redes sociais. Logo, também na actual campanha, deveriam ser usadas até porque a fraca participação dos cidadãos nas eleições para o parlamento europeu tem sido sempre uma das questões em análise.

Segundo Alexandre Soares, //a confirmação do registo no site de apoio a José Sócrates **que**//? chega à caixa de email, é sempre cordial. (..) Apela-se à participação e, espera-se, no dia das eleições isso traduz-se numa cruz no lugar correcto. No entanto, os especialistas em Comunicação têm dúvidas sobre o efeito da utilização das redes sociais em campanhas políticas, no nosso país:

  • "Portugal ainda não atingiu um grau de desenvolvimento das redes sociais que permita assistir a uma campanha à Obama" (Rui Calafate);

  • "A angariação de fundos através da internet que se faz na América, e que o PSD está a tentar fazer, pura e simplesmente não funciona.""Se esperam o mesmo efeito que nos Estados Unidos podem ficar sentados. Nem um décimo." (Cunha Vaz);

  • "As expectativas são demasiado elevadas para o que será a realidade portuguesa."(António Laranjeira).

Importa, então, procurar perceber a razão do sucesso das redes sociais na campanha eleitoral de Obama.

O sucesso do fenómeno Obama nas redes sociais, podia ser analisado recorrendo apenas a números:

  • 13 milhões de endereços de e-mails;

  • dois milhões de participantes do site MyBarackObama?.com;

  • cinco milhões de apoiantes em mais de 15 redes sociais;

  • 3,2 milhões de utilizadores manifestaram sua preferência nas redes sociais;

  • cerca de 160 mil seguidores no Twitter;

  • mais de meio bilhão de dólares angariados, valor proveniente das 6,5 milhões de contribuições online feitas por um total de 3 milhões de pessoas;

  • durante a campanha, foram enviadas um bilhão de e-mails com sete mil diferentes tipos de mensagens.

Perante tais dados, a sua vitória é fácil de explicar. Como escreve Moriael Paiva, Barack Obama surge como o novo líder que vai revolucionar a forma de se comunicar. No entanto, e ao contrário de Franklin Roosevelt (rádio) e Kennedy (televisão), Obama talvez tenha mais dificuldade em controlar o poder da ferramenta que está a usar. Refere ainda Moriael Paiva, no seu artigo, que Obama "tem a missão de provar que é possível uma conversa direta, já que governa sob os olhares em tempo real de milhões de internautas. Direto de seu gabinete ou em qualquer lugar onde esteja, o democrata poderá se fazer entender à população por meio de todas as redes sociais disponíveis atualmente."
Ora, se consultarmos o twitter do Presidente EUA, facilmente verificamos que a sua presença já não é sentida como durante a campanha. E esse facto começa a ser observado. Veja-se, por exemplo, os seguintes artigos: Depois do Twitter, Obama abandona o ****YouTube****? ; Presidente Obama e as redes sociais; Desabafo sobre a web! Susan, Obama e Tiger?

Este é um fenómeno, sem dúvida, a acompanhar. Qual será a reacção de todos aqueles que fizeram a diferença nos números, se acontecer que Obama não corresponda às expectativas? É que, neste caso, as ferramentas usadas pelo político são as mesmas que os eleitores usam. Não há transmissões directamente controláveis como acontecia com o recurso à televisão e rádio. Na era pré-Web, os governos disseminavam a informação e os cidadãos apenas podiam expressar-se, através dos serviços postais, nas assembleias municipais ou em eleições. A "Internet trouxe a oportunidade do voto online, da divulgação de candidatos menos conhecidos; a possibilidade dos cidadãos se auto mobilizarem, no auxílio à polícia, no combate ao crime e (...) possibilitando uma maior transparência nas campanhas." (in //**New Opportunities**// //**for involving Citizens in the Democratic Process**//)

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