top of page

ESR-MPEL09 - Atividade 3 Explorar, em pequenos grupos, dimensões da sociedade em rede"

DESCRIÇÃO                                                                                                                                                                                                                  
Participação em Fórum -  construção de uma reflexão colectiva acerca da dimensão política da sociedade em rede, explorando novas formas de poder e de cidadania.
 
Os desafios da nova cidadania

Quando num primeiro momento, as comunidades da Rede (networks), começaram por assumir comportamentos contestatários em relação a poderes instituídos ou em relação a políticas sociais ou ambientais, começou a perspectivar-se um novo espaço para o exercício da cidadania, e a redesenhar-se uma nova forma de relacionamento entre os cidadãos e detentores do poder ou representantes políticos. Foi o início do activismo e da propaganda política digital.

O exponencial desenvolvimento das tecnologias da comunicação e as potencialidades da Rede levaram ao crescimento de comunidades digitais Estas foram tomadas como exemplo da apropriação da tecnologia pelas classes menos favorecidas ou como uma oportunidade para os deserdados. Utopia que não se verificou ainda, pois, sobretudo no seu início, foi um espaço para elites e comunidades universitárias. Areópago para a política, a Web tem sobretudo redes engajadas nas culturas urbanas.

“Do ponto de vista do exercício dos poderes públicos, estando estes indissociavelmente ligados ao território, interessa estudar a relação entre comunidades reais (ligadas por um espaço físico) e comunidades virtuais (ligadas por tecnologia). O exercício da cidadania faz-se localmente e pensa-se globalmente. Sendo assim, a partilha, a sensação de pertença, pode ser canalizada para a acção. A possibilidade de participar e influenciar a tomada de decisões pública pode ser um catalisador de geração de comunidades naturais. Neste sentido a democracia representativa não é inquestionável” (in ? do Encontro da Arrábida)

O desenvolvimento da Web, e as implicações que pode exercer ou já exerce sobre a vida dos cidadãos é um tema que tem vindo a merecer uma atenção cada vez maior por parte dos Estados, Instituições e Organizações. As sociedades, sobretudo as ocidentais, estão cada vez mais voláteis, e os esforços do poder político em regular a Internet, os seus fluxos comerciais e comunicacionais, são uma evidência da importância que esta merece, enquanto mediadora da relação Estado-Cidadão, e destes entre si.

James Slevin, no seu livro Sociedade e Rede, diz-nos que este esforço em criar para a Internet um corpo legislativo que a possa regular, defendendo em simultâneo o Estado e os cidadãos, tem sido repartido em duas tendências: enquanto os Estados, nessa regulação, tendem a conceber a Internet como uma tecnologia que possibilita a disponibilização ao público de serviços e materiais, os cidadãos utilizadores valorizam mais a sua vertente comunicacional, inter-relacional, como espaço de entretenimento e partilha de interesses, desejando por isso uma regulação muito minimalista.

Estas diferentes modelos continuam em disputa, sendo valorados de forma diferente princípios como a segurança e direitos autorais com a liberdade de partilha livre associação e comunicação.

Ainda recentemente, dado estar a chegar ao fim o contrato com a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), organismo sem fins lucrativos que regula questões relacionadas com a Internet, a Comissão Europeia pretende instaurar uma vigilância mais apertada e transparente da Internet. Viviane Reding, comissária europeia para a sociedade de informação, afirmou, que deve ser implementado um novo modelo de governação da Internet. (1).

Viviane Reding, que já havia proposto uma ciber-polícia para combater o crime o crime organizado no ciberespaço, vem propor agora um Mister Cyber Security, reforçando essas medidas de vigilância. A gestão da governação, ou não, da Internet, já foi discutida em vários fóruns, basta lembrar a "A declaration of the Independence of Cyberspace" de 1996 escrita por Johon Barlow. Está agora novamente a obter apoios para a criação de um organismo à escala global , a fim de garantir a sua governação, e regulação, sempre com os objectivos anunciados do combate ao crime, à corrupção, evitar vazios legislativos (em relação a direitos humanos, relações comerciais, violência,…) no ciberespaço e “evitar o poder nocivo das corporações que actualmente a dominam”.

Mas, como diz Slevin, “o nosso mundo moderno nunca pode ser estável porque estamos constantemente a fornecer-lhe informações novas” (Slevin, Internet e Sociedade, pp. 194). Por isso, o grande desafio que se coloca é o de encontrar um modo de podermos beneficiar de todas as possibilidades da sociedade em rede, para construirmos um futuro melhor. Preparar todas as gerações para os desafios do mundo contemporâneo é uma missão onde a Escola deverá desempenhar um papel determinante. 

VOLTAR à Actividade - 3

bottom of page