MeD-MPEL09 - Atividade 2 | Participação individual na discussão
Wedemeyerianos : Rosalina Simão Nunes
MESA- PAINEL / CHARLES WEDEMEYER (I)
Re: Inconvenientes
por Rosalina Simão Nunes - Segunda, 15 Junho 2009, 14:58
Alô, José Carlos.
Além das variáveis apresentadas pelo Joaquim, gostaria de tornar
claro o seguinte: Segundo o autor, "Indpendent Study programs offer learners varying
degrees of freedoom in the self-determination of goals and activities, and in starting, stopping and pacing individualized
learning programs which are carried on to the greatest extent possible at the convenience of the learners." (Wedemeyer,
Encyclopedia of Education) Portanto, oferecendo os programas, no Estudo Independente, a oportunidade do aluno definir os seus objectivos, actividades, o ritmo de aprendizagem, não há espaço para desmotivação, uma vez que o aluno é participante activo, na definição do que pretende aprender.
Em suma, aquilo que o José Carlos considera factor de desmotivação - autonomia / independência - é, sem dúvida, à luz da teoria do Estudo Independente, a motivação para uma aprendizagem ao longo da vida.
Atribuição de graus académicos
por Rosalina Simão Nunes - Segunda, 15 Junho 2009, 19:58
Meu caro, José Carlos.
Antes de mais um ponto prévio:
D leitura que tenho feito das intervenções dos meus colegas de equipa, Luís e Teresa, não me parece que eles achem que
"tenham tentado vender a Teoria do Estudo Independente". Estou convictamente segura que tanto eles como eu, o Joaquim e o Pedro, conseguimos vender o nosso produto!
Passando, então, para a questão que aqui me trouxe agora: o ponto, supostamente, fraco da nossa teoria e que o José Carlos designou por inconvenientes. Não sei se reparou, mas nós, na nossa apresentação, nem sequer falámos de pontos
fracos. Considerámos, no entanto, que seria pertinente e para valorizar a apresentação, referir a ausência de inconvenientes - uma mais valia. Mas vamos ao que interessa, a questão da certificação. E eu aqui, se me permite, procurando entender a sua dúvida tive de alterar a sua proposição, substituindo dificuldade por ponto fraco e introduzindo o particípio reduzida. E, assim,
a questão, já mais perceptível, seria: Esta Teoria apresenta como ponto fraco, reduzida apetência para a produção de resultados comparáveis e, consequentemente, certificáveis do ponto de vista educativo, ao serem insusceptíveis de resultar em planos de estudo, impedido a atribuição de graus académicos.
De facto, este poderia ser um ponto fraco, se não estivéssemos a falar de uma teoria que, como diz, o Joaquim, pressupõe a existência de liberdade de escolha. Pegando nas palavras que a Teresa escreve em resposta ao comentário da Mónica: A vantagem da Teoria Wedemeriana é precisamente a sua versatilidade e por isso mesmo a sua adaptabilidade. Hoje aplica-se perfeitamente à "aprendizagem ao longo da vida"...À "nossa universidade" e a todas as instituições que visem um público responsável, autónomo, independente e....claro...com vontade de aprender, procurei documentar este registo e encontrei o site da Open University em Portugal que como pode ver aqui atribui graus académicos. Já agora, recomendo a leitura dos seguintes tópicos, no site principal:
Our mission;
Undergraduate prospectus;
Postgraduate prospectus;
The Open Programme.
Facilmente encontrará nesta referências as características essenciais da Teoria que defendemos.
Re: Aprendizagem ao longo da vida
por Rosalina Simão Nunes - Segunda, 15 Junho 2009, 00:21
Olá, Marco.
Na síntese que faz das razões que levam um adulto a escolher um curso de EaD eu acrescentaria um aspecto que, enquanto
defensora da teoria de Wedeyemer me parece relevante: o facto de, de acordo com a teoria do estudo independente, o aluno
poder definir o ritmo e os objectivos do que quer aprender. E concordo com a sua última ideia: continuar a estudar e a debater estas questões é muito importante, quer para a nossa própria aprendizagem ,enquanto alunos no EaD, como eventuais motivadores para a frequência deste tipo de curso.
O pefil do aluno wedmeyriano
por Rosalina Simão Nunes - Segunda, 15 Junho 2009, 00:13
Olá, Maria de Lurdes. De facto Wedemeyer é um gigante no universo da Educação a Distância. Em relação à primeira questão levantada - Será esta filosofia de educação uma ideia absoluta, presente em todos os cursos de EaD, ou contextualizada a pensar num perfil de aluno? - parece-me que só lhe poderemos responder após o debate em curso, porque só nessa altura estaremos detentores de informação suficiente para poder dizer se um ensino individual em que o estudante defina ritmos e
objectivos sejam características inerentes a qualquer curso de EaD. Quanto à segunda questão - creio que Wedemeyer equacionou as suas teorias numa época específica e partindo de um perfil de aprendente/aluno. -, não sei se poderemos concluir dessa forma. Para Wedemeyer, o aluno deve ser autónomo, independente, responsável pela sua própria aprendizagem, participar na definição dos seus objectivos de aprendizagem, ter confiança na sua capacidade de prosseguir sem a relação de dependência que existe no ensino tradicional e ser um estudante ao longo da vida. E este perfil podemos encontrar em qualquer adulto, que esteja interessado em continuar a estudar, hoje, como ontem.
Outros contextos, outro público
por Rosalina Simão Nunes - Quarta, 17 Junho 2009, 00:52
Boa noite, Paulo.
Como o próprio Paulo refere num comentário que aqui faz a palavras do Joaquim: A aprendizagem ao longo da vida é hoje algo perfeitamente actual e que Wedemeyer defendia contra tudo e contra todos..., neste contexto - aprendizagem ao longo da vida - , parece-me que estaremos a falar de alunos que participam activamente na definição do que pretendam aprender. E aí, não tenho dúvidas que as 'coisas' sejam mais fáceis. Claro que noutros contextos e com outros públicos a situação será diferente.
Re: Aprendizagem ao longo da vida
por Rosalina Simão Nunes - Sexta, 19 Junho 2009, 11:48
Nós por exemplo, não podemos solicitar ao Professor responsável por uma uc que estabelece uma calendarização diferenciada para cada aluno.
Bom dia, Jorge.
Não sei se não podemos.
Por exemplo, no post de abertura desta u.c, Abertura e boas vindas à u.c. de Modelos de EaD, a Professora referindo-se à Actividade 0, escreve o seguinte:
Esta actividade pretende ser uma actividade preparatória do trabalho desta u.c. e da proposta de Contrato de Aprendizagem.
Ora bem, lendo o Contrato de Aprendizagem, no tópico VII é apresentada a sequência das várias actividades, com a respectiva descrição, incluindo a duração. Partindo do princípio que qualquer proposta pode ser sujeita a alterações, provavelmente, poderíamos ter negociado outras datas.
Recordo que a referência ao Contrato de aprendizagem e à sua leitura cuidada foi sugerida por todos os professores das várias unidades curriculares do curso. Inclusive, já aconteceu que colegas nossos participaram de actividades em datas posteriores aos prazos previstos. Tal situação foi justificada sempre pelo professor da u.c.. Portanto, julgo que nesta aspecto, neste curso, a teoria de Wedemeyer está a ser aplicada na sua plenitude.
MESA-PAINEL BORJE HOLMBERG (I)
Interacção aluno - professor
por Rosalina Simão Nunes - Sábado, 13 Junho 2009, 19:32
Boa tarde
Estive a ler a Vossa documentação atentamente e não sei se o conceito de autonomia que consideram
fundamental na defesa da teoria poderá ser compatível com o de Conversação Didáctica Guiada, também
fundamental para Holmberg.
A autonomia pressupõe a existência de um estudo independente e individualizado, ora, a Teoria da
conversação Didáctica Guiada promove, quanto a mim, a Interacção aluno-professor e neste tipo de
interacção o professor tem um papel muito activo: faz apresentações, orienta os alunos naquilo que se
pretende que aprenda; organiza a avaliação e motiva os alunos. Existe assim pouco feedback por parte do
aluno, sendo um ensino pouco individualizado. Não acham?
Re: Interacção aluno - professor
por Rosalina Simão Nunes - Segunda, 15 Junho 2009, 02:29
Então, Sandra, podemos concluir que a Teoria da Conversação Didáctica promove, como no ensino
tradicional, a aprendizagem baseada em aspectos como a boa relação entre aluno e professor,
certo?
Será, talvez, uma perspectiva humanista do ensino a distância...
PONTO DA SITUAÇÃO
Super-teoria de ensino a distância
por Rosalina Simão Nunes - Sexta, 19 Junho 2009, 12:34
Bom dia, Professora e Colegas.
Em relação ao primeiro ponto colocado pela Professora, parece-me que a solução seria criar uma super-teoria que conjugasse os aspectos melhor
fundamentados e distintivos de cada uma das teses em debate. Por exemplo, hoje em dia, no caso da Teoria que defendo neste debate, não faz sentido sublinhar o aspecto social democrático subjacente à mesmo no contexto histórico de Wedemeyer. Hoje é um dado adquirido pensar na educação como sendo um direito de todos.
Assim, penso que de Wedemeyer, o mestre , deveríamos contar com a sua perspectiva de autonomia na escolha de conteúdos e objectivos - Interacção
aluno/conteúdo.
Quanto a Holmberg, sem dúvida, a a importância da interacção alunoprofessor, a sua teoria - Teoria da Conversação Didáctica Guiada - difere das restantes porque sublinha a necessidade da existência de sentimento pessoal no processo de ensino/aprendizagem, tanto por parte do professor, como por parte do aluno, para que a aprendizagem seja bem sucedida.
De Moore, a Interacção aprendente/aprendente, a nova dimensão do Ensino a distância e que me parece seja o verdadeiro motor da Teoria da distância Transaccional. Será esse tipo de interacção que poderá ajudar a ultrapassar a barreira psicológica" e "comunicacional" que decorre da separação entre alunos e professores no Ensino a Distância.
Temos, portanto, já referidos os três tipos de intereacção que Moore considera ser matéria em que os educadores do ensino a distância precisam de concordar.
Aparentemente, dessa super-teoria, ficaria de fora a de Otto Peters. Mas, considero muito importante o contributo deste teórico. O enfoque que é dado à importância da organização é fundamental para qualquer teoria de ensino. Não se é autónomo sem organização. As relações, sejam de que tipo forem,
para terem sucesso, exigem organização. Do debate do painel sobre Peters destaco esta prestação da Helena Prieto que me parece bastante esclarecedora do meu raciocínio.