ESR-MPEL09 - Atividade 1 | O nosso lugar na "sociedade em rede"
DESCRIÇÃO
Participação em Fórum - Neste primeiro Fórum, foi-nos proposto que nos apresentássemos, procurando definir o nosso lugar na sociedade em rede. De seguida, com a orientação do Professor Pedro Abrantes, debateu-se a sociedade em rede, como nos situamos e nos definimos nela.
Referências - Introdução do livro de Manuel Castells "Sociedade em Rede" e "Rede(s )", por Inês Pereira.
Eu na rede
Re: Eu na rede
por Rosalina Simão Nunes - Sexta, 20 Março 2009, 07:05
Bom dia.
Rosalina Simão Nunes e a primeira rede a referir tem de ser a familiar, ainda que considere uma metáfora demasiado forçada já que, apesar de haver com vários elementos familiares uma relação horizontal, com os pais, por exemplo, a relação sempre foi de hierarquia.
A seguir, a rede profissional. Essa já extensa. Poderei afirmar que ao longo destes quase 20 anos de trabalho fui criando micro - redes, consoante ao número de escolas onde leccionei. E foram algumas. Agora, sem dúvida, a minha rede profissional identifica-se com a Escola EB 2,3 Dr. João das Regras, na Lourinhã, onde estou há 10 anos a leccionar língua portuguesa. Com o advento da internet tem-me sido possível enriquecer essa rede através e espaços de partilha de documentos e e-mail.
Resta referir a rede pessoal. E essa é quase exclusiva. Confesso que prefiro o isolamento, uma tendência que me acompanha desde menina e que, como nunca foi contrariada, cresceu comigo. Só mais tarde, perto da entrada no mundo do trabalho é que começou a ser contrariada. Tem sido uma luta. Às vezes com vitórias, doces, mas muitas derrotas. Assim, nesta rede, contactos presenciais.
Consegui, finalmente, ter acesso ao livro de Castells. Farei, por isso, só agora, algumas reflexões mais específicas sobre a Introdução, levantanto algumas questões.
A rede e o self: questões para debate
Estado-Nação em causa Rede vs Self - bipolar porquê? China
por Rosalina Simão Nunes - Sábado,
28 Março 2009, 23:36
1º
A noção de Estado-Nação está hoje verdadeiramente em causa, porque os sistemas políticos estão mergulhados numa crise de estrutural de legitmidade... Por isso, neste momento, pelas mudanças constantes e incontroladas a busca de identidade colectiva e individual, atribuída ou construída, torna-se a fonte básica de significado social.
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A ideia identidade colectiva e individual construída é-me fácil de assimilar. No entanto, estou aqui às voltas com a situação da mesma poder ser atribuída. Por atribuído, neste contexto, estamos a falar de imposição?
2º
Parece-me que a tal oposição bipolar entre rede e self surge, porque a distância entre globalização (rede) e identidade (self) é cada vez maior. Isto porque as novas tecnologias de informação estão a integrar o mundo em redes globais de instrumentalidade.
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Aqui [ainda] não entendi o seguinte: por que razão falar em oposição bipolar. Havendo oposição, por inerência, têm de existir sempre dois pólos, dois termos que se oponham.
3º
Gostei muito de ler a parte em que Castells apresenta as razões pelas quais a China, cultura e reino que lideraram o mundo por milhares de anos, de repente estagnou tecnologicamente
no momento em que a Europa embarcava na era dos Descobrimentos e, depois, na Revolução Industrial.
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Fez-me pensar nos Descobrimentos / Portugal / Magalhães.
A rede e o self: questão C - 1
Re: A rede e o self: questão C
por Rosalina Simão Nunes - Quarta, 25 Março 2009, 22:50
c) (...) Este é o ponto em que a teoria de Castells me parece mais questionável: será que existe uma "oposição bipolar entre a rede e o self" ?
Partindo destas palavras do Professor e citando as seguintes afirmações da Ana Morgado, Do meu ponto de vista já não há distinção entre as redes virtuais e reais; ambas se cruzam e interpenetram., Interrogo-me: estamos a discutir o conceito de rede enquanto *forma de expressar dinâmicas de estruturação e sistematização ou de rede como *condição estruturante para a globalização?
É que eu conheço muita gente, mesmo muita, que não sabe ainda ,sequer, que existe um símbolo de endereço que se chama arroba. E aqui não posso deixar de citar o próprio Castells (cujos originais ainda não li, dado que tem sido difícil encontrar a sua disponibilidade nas livrarias ) em artigo do DN de de 5 de Fevereiro de 2005: "Portugal tem um contraste entre um sector pequeno muito moderno, em termos culturais, tecnológicos e de competividade. Mas a maioria não está só na idade industrial, mas mesmo numa sociedade agrária. O mais importante na sociedade informacional é a educação. Temos uma população não educada. É necessário mudar isso para viver numa sociedade em rede."
Ora, estas palavras foram escritas em 2006. Será que já vivemos numa sociedade em rede?
*Inês Pereira
A rede e o self: questão C - 2
por Rosalina Simão Nunes - Quinta, 26 Março 2009, 01:35
Não julgo que haja contradição no que ambas dizemos. Tal como refere, citando a obra para que remete, a sociedade em rede é já a sociedade em que estamos(ávamos) a entrar.
Portanto, trata-se (tratava-se) de um processo de transição, o que vai ao encontro das palavras de Castells no DN, de Fev. de 2006 e não 2005 como escrevo em cima, quando o mesmo refere a necessidade de mudar o que se passa em Portugal. Isto é, diluir o contraste entre a minoria culturalmente moderna e a maioria, identificada com a sociedade agrária.
A minha questão vai apenas no sentido de tentar perceber se, de 2006 a 2009 ,houve aproximação entre esses dois grupos.
A rede e o self: questão C - 3
por Rosalina Simão Nunes - Quinta, 26 Março 2009, 14:15
Por isso não sei se houve grande diferença entre esses grupos na data que referes 2006/2009. Pode até existir mas muito pouca. - Exacto, []. Era precisamente aí que eu pretendia chegar. Para depois equacionar soluções para a situação.
Dependerá apenas da nossa vontade individual a aproximação dos tais dois grupos? Será que, porque estou a frequentar este Curso, os meus alunos vão passar a ter acesso à rede como metáfora, isto é como um instrumento privilegiado para superar algumas dicotomias que têm marcado o pensamento sociológico (Inês Pereira)?
É que não me parece que o Pedro (nome fictício) esteja interessado em redes, quando a única refeição por dia que faz é o almoço na Escola.
Deixo como complemento um excerto deste documento que encontrei: OBRA RESENHADA CASTELLS, Manuel..., da autoria de Honor de Almeida Neto:
Sem romantismo, pessimismo ou otimismo exagerados, Castells anuncia alguns dos inúmeros possíveis para o nosso futuro, desde a total exclusão de povos, países e regiões como a África por exemplo, até o incomensurável potencial à integração e ao desenvolvimento de países da América Latina, como o Brasil. Ainda, tem o mérito de tencionar e/ou desconstruir, sempre através de dados situados historicamente, visões que tendem a excluir e/ou a supervalorizar o papel e o poder estratégico do Estado, quando analisa a evolução da humanidade face à sociedade informacional em que vivemos imersos, querendo ou não.